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Fuji: o que tem lá em cima

Fuji-san

3.776 metros é a altura do monte Fuji, que todo mundo chama de Fuji-san. Subi uma única vez.

De longe, sempre é um cenário e tanto ver o topo dele com neve ou escondido pelas nuvens.

De perto, como nunca tinha subido montanha alguma até então, me surpreendi com a quantidade de pedras pequenas e médias por todos os lados, convite para escorregões sem freagem até uma imensa cratera seca. Porque é isso que tem lá em cima do Fuji: pedras.

Há uma corda de proteção, marcando o limite para ninguém avançar além dela, mas os jornais japoneses, vira e mexe, noticiam a queda e a morte de algum estrangeiro.

A subida ao Fuji-san é mais uma caminhada para cima. Há jovens, casais com bebês, idosos sorridentes e pets. Não me esqueço de ver um tipo pequeno, que subiu rapidinho deixando na trilha todos os humanos para trás.

Um bastão de madeira é vendido na base do monte, onde estão restaurantes e lojistas e onde desembarcam os turistas. Ele é levado para cima do Fuji e marcado com uma inscrição conforme se avança um estágio da caminhada – e serve como suvenir para mostrar a façanha para os colegas. Não comprei, não sou apegada.

As lojas também comercializam um cilindro de oxigênio. O meu grupo levou um, mas chegamos à conclusão que não tinha funcionalidade alguma para lidar com o ar rarefeito.

Da minha lembrança, ficou o par de cavalos enormes, musculosos, com patas peludas, meio russo, que encontramos no início da subida (leva um dia inteiro para subir e descer do Fuji) e são usados para transporte de cargas.

Chegar até o topo do Fuji-san não é o problema. A temperatura baixa à noite. Gigantescas pedras se deslocam naturalmente e rolam sob os olhares dos turistas. Há banheiros durante a subida. O lixo (embalagens de comida e bebida) que se pede para trazer dentro da mochila na volta. Tudo é administrável.

A maioria parte no fim da tarde para garantir a chegada no topo do Fuji quando o sol nasce. Lá em cima, há máquinas de venda automática de bebidas geladas (contei em outro post como elas chegam até lá) e um galpão aberto para tirar um cochilo coletivo.

São tantos turistas no período em que o Fuji está aberto para visitação, que ocorre um congestionamento de pessoas bem perto do topo. Ninguém se mexe, porque há o perigo de se escorregar lá de cima, apesar das cordas de segurança. Todo mundo fica um atrás do outro, como em fila indiana, e maravilhosamente quietos.

O maior desafio do Fuji, na minha opinião, é a descida. Você está exausto, sem dormir. E o único caminho de volta é uma trilha com pedras que você não consegue andar por cima delas.

Imitei os japoneses, que pareciam mais íntimos com o passeio: andei pela beirada da trilha, sem pedras, só terra vermelha e também sem nada onde se apoiar. É escorregar e sair rolando até lá embaixo.

PS: Dessa viagem, lembro da Ana Lucas. Saiu de mãos no bolso, usando um chapéu, um casaco azul marinho e óculos de sol rosa. Parecia que iria ao museu, mas subiu e desceu o monte sem a companhia de ninguém e chegou (e desceu) antes que todo mundo.

Foto: ©Fujiyoshida City/© JNTO

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Publicado às 21/02/2013 por em curiosidades japão e marcado , , , , .

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